A instituição separa equipamentos eletrônicos servíveis para doação e os inservíveis, para reciclagem
Representantes da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema) e do Setor de Acompanhamento de Medidas Alternativas (Sema) visitaram, na quarta-feira, 3 de julho, as instalações da Organização da Sociedade Civil (OSC) Programando o Futuro, no Gama. Os integrantes do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) conferiram as práticas ambientais promovidas pela organização, com foco na reciclagem de resíduos eletrônicos. A unidade recupera cerca de 40 toneladas de materiais recicláveis por mês. A instituição obteve, recentemente, o certificado ISO 14001.
Os utensílios são recolhidos em órgãos públicos, como o MPDFT, e em pontos de coleta voluntária. Equipamentos como computadores, tablets e TVs são triados e recondicionados. Aqueles com potencial de reutilização passam por um processo de limpeza, reparo e testes antes de serem doados para promover a inclusão digital, enquanto itens irrecuperáveis são reciclados de forma adequada. O processo de reciclagem foi demonstrado passo a passo.
De acordo com a Programando o Futuro, todos os resíduos eletrônicos, incluindo materiais sensíveis, são triados, e aqueles que não podem ser reutilizados são destruídos e reciclados de forma segura para garantir a proteção de dados e a correta destinação ambiental.
O coordenador-geral da OSC, Vilmar Nascimento, destacou que a instituição oferece diversos cursos voltados para a capacitação tecnológica e inclusão digital, todos de forma gratuita. Entre os cursos oferecidos, estão:
- Informática Básica – Ensina os fundamentos do uso de computadores e softwares essenciais, voltado a iniciantes;
- Manutenção de Computadores – Focado em ensinar como reparar e manter computadores, abordando desde o hardware até o software;
- Robótica – Introduz conceitos de robótica e programação, incentivando o aprendizado de tecnologias avançadas;
- Design Gráfico – Oferece conhecimentos sobre criação visual e uso de ferramentas de design;
- Oficina para Inclusão Digital – Promove a inclusão digital com treinamentos específicos para diferentes públicos;
- Primeiro Emprego – Capacita jovens para o mercado de trabalho, com foco em habilidades técnicas e comportamentais;
- Ônibus Profissionalizante – Uma iniciativa itinerante que leva cursos e treinamentos a diversas comunidades.
Os promotores e servidores puderam acompanhar o processo de separação dos componentes e a remoção de etiquetas, parafusos e metais, deixando o plástico em estado puro para ser processado. Um triturador, que processa 500 kg de plástico a cada meia hora, foi apresentado, transformando o plástico em material pronto para reciclagem.
O plástico reciclado é enviado para a indústria, onde é inspecionado e verificado para garantir que não há contaminação com outros polímeros. Os resíduos reciclados são utilizados para a fabricação de novos produtos, enquanto aqueles que não podem ser reutilizados são destinados a um novo ciclo de produção. A maioria dos plásticos reciclados é transformada em novos produtos, como bancos, saboneteiras
ou partes de novas impressoras. Algumas impressoras vendidas no varejo, por exemplo, já utilizam materiais reciclados.
Também foi demonstrado o uso de uma guilhotina hidráulica para desmontar equipamentos como estabilizadores e nobreaks, que não podem ser doados. Foi explicado o processo de separação de metais, como cobre e alumínio, nesses componentes eletrônicos.
O promotor de Justiça Paulo Leite destaca que a Programando o Futuro “concretiza os esforços do Acordo Setorial dos Eletrônicos, que implementa a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em uma sociedade que gera muitos resíduos tecnológicos. Através da logística reversa, busca-se evitar desastres como o de Goiânia em 1987, quando o descarte inadequado de uma máquina de radioterapia contendo Césio-137 resultou em mortes e contaminação urbana por radiação.”
Participaram da visita os promotores de Justiça Paulo Leite Farias, Roberto Carlos Batista, Luciana Bertini; o estagiário da Prodema, Ueldson Ramos; as servidoras do Sema de Brasília II Áurea Rangel e Dóris Breder; o sargento do BPMA/PMDF, Allan Bernardo; a chefe de Logística Reversa da Programando o Futuro, Elisângela Lima, e a supervisora da OSC, Tayane Mota.
Matéria original do MPDFT:
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