Além de reutilizar e separar todo o resíduo eletrônico o Programando o Futuro oferece cursos de capacitação para jovens a partir dos 12 anos e ainda disponibiliza espaço de lazer para a comunidade.
A cada ano, toneladas de lixo eletrônico, como celulares, impressoras, televisões, teclados, mouses, telas de computadores, dentre outros equipamentos, são descartados em locais inadequados. Só no Brasil são mais de 96 mil. Pensando nisso a organização não governamental, Programando o Futuro recolhe e reaproveita todo o material descartado, através de doações, dando destinação correta a esse material.
O coordenador da ONG, Wesley Dias, explica que o projeto é voltado para três eixos: 1°: para a qualificação de jovens e adultos com cursos de informática básica, montagem e configuração de computadores e, em breve, curso de eletrônica. 2° : reutilização de computadores, recuperando para a reutilização e doação para outras instituições, como bibliotecas, espaços públicos que queiram trabalhar com inclusão digital. 3°: destinação do lixo eletrônico, os equipamentos que não são reutilizados são mandados para o laboratório de triagem onde há uma separação de matéria prima como ferro, placa, cobre.
A ONG está localizada no antigo ginásio de esportes da Etapa B, em Valparaíso, e funciona num galpão, construído com materiais reciclados e doados, onde funciona uma estação de metarreciclagem. O projeto tem como princípio acolher jovens e adultos para capacitá-los ao mercado de trabalho. A comunidade também pode usufruir de um auditório todo equipado com ar condicionado, cadeiras e até um projetor para filmes e vídeos. Basta ligar e fazer um agendamento prévio.
Os cursos oferecidos tem duração de dois a quatro meses, com certificado no final. A ex aluna Monyse Sousa Pereira, de 23 anos, diz que além do aluno ter a oportunidade de se especializar na área, ao final de cada curso, pode estagiar na área recendo uma ajuda de custo no valor de 300 reais. “Hoje trabalho como professora de informática graças ao curso que o projeto me ofereceu”.
O projeto tem vários patrocinadores, como o Banco do Brasil, a prefeitura de Valparíso, o Ministério da Comunicação, dentre outros. O Ministério da Ciência e Tecnologia tem uma política de criação de centros de recondicionamento de computadores. Para isso editais são abertos anualmente para seleção de entidades participantes. O coordenador administrativo Gustavo André Fernandes diz que “além das doações de computadores, existe um repasse de recurso para a manutenção do CRC (Centro de Recondicionamento de Computadores ) e o projeto Programando o Futuro foi uma das selecionadas para ser patrocinada”. A ONG fica conveniada por 48 meses podendo ser aditivado.
O colaborador Rafael Aguiar Ferreira, de 25 anos, que está no projeto desde sua inauguração, explica que apesar da maioria das doações virem do governo, muitas pessoas acabam trazendo equipamentos que não são mais utilizados, para que possam ser reaproveitados pela metarreciclagem.
Rafael relata que o projeto arrecada uma média de 11 toneladas mensalmente de resíduos eletrônicos e conclui: “Como antes não se tinha um local adequado para o descarte desse lixo eletrônico, muitas pessoas acabavam poluindo seus quintais, levavam para aterros sanitários, jogavam em locais inapropriados. Agora não, eles fazem questão de trazer até nós”.
Existem vários pontos de coletas espalhados pelas cidades satélites e do entorno, onde semanalmente é destinado um veículo que recolhe todo o material descartado. Ao redor do galpão existem caixas que são disponibilizadas para moradores ou qualquer outra pessoa que queira descartar seu lixo eletrônico